VACINAÇÃO CONTRA A FEBRE AMARELA É REFORÇADA EM ITAPOÁ E NORTE DE SC

A confirmação da morte de um paciente de 36 anos, infectado pelo vírus da Febre Amarela, aciona o sinal de alerta em todas as cidades da região Norte do Estado. Santa Catarina não registrava casos de febre amarela em humanos desde 1966. De acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC) vinculada à Superintendência de Vigilância em Saúde, da Secretaria de Estado da Saúde, o paciente faleceu no dia 12 de março, residia em Joinville e não tinha registro de vacina no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI).
Em Itapoá, a Vigilância Epidemiológica reforça o pedido para que todos os moradores com idades entre 9 meses e 60 anos procurem uma unidade de saúde a fim de tomar a vacina contra a Febre Amarela.
A aplicação pode ser feita nas unidades de saúde de 2ª a 6ª-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 16h30 e tem efeito vitalício, ou seja, a pessoa toma a dose apenas uma vez na vida. A campanha estadual de vacinação contra a Febre Amarela foi prorrogada até o dia 20 de abril principalmente por causa do número de pessoas que foram imunizadas até o momento. Em Itapoá, o percentual de cobertura vacinal atingido até o momento é de aproximadamente 60%, informa a Vigilância Epidemiológica do município.
 
VACINAÇÃO PARA PESSOAS COM MAIS DE 60 ANOS
A Vigilância Epidemiológica de Itapoá esclarece que pacientes com mais de 60 anos também podem receber a dose da vacina contra a Febre Amarela. Para isso, precisam levar consigo uma autorização prévia, por escrito, de um médico particular ou do Sistema Único de Saúde (SUS). Somente dessa forma, com a avaliação clínica prévia e a autorização, é que as pessoas dessa faixa etária receberão a vacina.
 
DOSES APLICADAS
Entre 1º de janeiro e 28 de março deste ano, foram aplicadas 461.417 doses da vacina contra a Febre Amarela em todo o Estado, sendo que 81.578 foram aplicadas somente na primeira semana da Campanha Estadual de Vacinação, entre os dias 20 e 23 de março. O total de doses aplicadas em 2019 já é quase igual ao número de doses aplicadas em todo o ano de 2018, quando 488.308 pessoas foram vacinadas. Segundo o último levantamento da DIVE/SC, o Estado está com uma cobertura vacinal de 61,46%.
 
 
CASOS DE FEBRE AMARELA E DENGUE EM ITAPOÁ
Conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do Ministério da Saúde, entre janeiro e março deste ano, cinco casos suspeitos de Febre Amarela foram registrados em Itapoá, dos quais quatro tiveram resultados negativos para a doença e um está sob análise, aguardando o laudo de sorologia. Esse paciente foi atendido no PA de Itapoá no dia 14 de março.
Vale lembrar que o mosquito transmissor da Febre Amarela é o mesmo da Dengue, ou seja, o Aedes aegypti. Em Itapoá, foram registrados 13 casos suspeitos de Dengue entre janeiro e março deste ano. Desse total, oito já foram descartados para a doença e cinco aguardam o resultado do laudo de sorologia.
 
CAUSAS DAS MORTES DE MACACOS SÃO INVESTIGADAS
No último boletim epidemiológico da Febre Amarela divulgado pela DIVE/SC, no dia 2 de março, foram notificadas 109 mortes de Primatas Não-Humanos (macacos) em 27 municípios de Santa Catarina e Itapoá não aparecia na lista com registros. Florianópolis, até então, tinha a maior incidência de óbitos de macacos (46), seguida de Blumenau (16) e Indaial (10). No último dia 14, entretanto, três macacos bugios apareceram mortos em território itapoaense, distantes da área urbana, mas que estão sendo investigados.
O macaco, quando aparece morto na mata, pode ter sido vítima do vírus da Febre Amarela, mas ele não transmite a doença para humanos. O monitoramento da DIVE/SC ocorre desde julho de 2018 e, do total de macacos acometidos até o último boletim, do início de março, indicava que 19 (17%) tiveram a causa do óbito indeterminada (sem possibilidade de diagnóstico devido à ausência de coleta de amostras para análise); 25 (23%) permanecem sob investigação; e 65 (60%) foram descartadas.
Até o momento, Santa Catarina não registrou nenhuma epizootia confirmada por Febre Amarela. É importante reforçar que ao identificar um animal morto, a comunicação deve ser feita imediatamente à DIVE ou à Vigilância Epidemiológica do município a fim de que possa ser feita a coleta de material e se reduza o número de epizootias indeterminada.