Cuidados com o Caramujo-Africano.

 

 

 

Caramujo-Africano pode hospedar o verme Angiostrongylus costaricensis, agente causador de doenças como a Angiostrongilose abdominal e a Angiostrongilíase Meningoencefálica Humana (Meningite) doença graves com dezenas de casos já reportados no Brasil. Os sintomas podem ser confundidos com os de outras doenças. Sintomas: Dor abdominal, febre prolongada, falta de apetite, vômitos. Os sintomas podem se arrastar por meses, ocorrendo casos de lesões oculares permanentes (cegueira).

 

Diferenças entre o caracol africano e o caracol nativo

A identificação do caracol africano é de suma importância, especialmente durante as catações. O Caramujo Africano não deve ser confundida com o caracol nativo brasileiro, por se tratar de uma espécie da nossa fauna e sua eliminação implica desequilíbrio ecológico e impacto na população da espécie brasileira (Figura 1 e 2).

 

Figura 1: (A) Concha do Caramujo Africano, mais alongada e pontiaguda, possuindo coloração mais escura e mais giros. (B) Concha da espécie nativa com menos giros e coloração mais clara.

 Figura 2: (A) Concha do Caramujo Africano, mais pontiaguda, possuindo borda afiada e cortante (B) Concha da espécie nativa, com borda mais arredondada, não cortante.

 

Medidas de Controle:

  • Catação manual: A catação deve ser repetida com frequência, ao longo do ano, sem interrupção (dada a grande fecundidade da espécie e sua atividade no inverno em regiões úmidas) e deve incluir áreas urbanas, áreas agrícolas (especialmente hortas e roças), capoeiras, borda de matas e brejos.
  • Os melhores horários para o procedimento de coleta são pela manhã ou no final da tarde.
  • Em residências (jardins, hortas, pomares) ou bairros, os caracóis devem ser coletados manualmente, utilizando-se uma luva de borracha ou similar ou mesmo uma pá seguindo as recomendações:

    • Proteja a pele e as mucosas: não coma, fume ou beba durante o manuseio do caracol. Em caso de contato acidental, lave as mãos com água e sabão;

    • Recolha também os ovos da Achatina fulica, que ficam semienterrados, e procedendo da mesma forma usada para os animais coletados.

 

 

Figura 03: Ovos do Caramujo Africano

Destino dos moluscos coletados

 Recomendações para descartar os exemplares coletados:

ü  Colocados para a coleta de lixo comum, desde que os caracóis e os ovos sejam armazenados em dois sacos plásticos e suas conchas sejam quebradas utilizando um martelo ou pisando em cima com calçado adequado (tênis ou botas);

ü  Incinerados, desde que haja condições adequadas para tal finalidade (incinerador, forno, latão, etc.);

ü  Despejados em valas com pelo menos 80 cm de profundidade, longe de cisternas, poços artesianos ou de lençol freático. Coloque sempre que possível uma pá de cal virgem para impermeabilizar o solo e para não atrair outros animais, principalmente se uma grande quantidade for coletada (cuidado, a cal queima a pele), fechando a vala com terra.

ü  Não se deve usar veneno, sal ou outras substâncias para matar o animal, pois podem contaminar o ambiente e não afetam o molusco. Somente o cal virgem vai matar tanto os ovos quanto o animal adulto;

ü  Os animais recolhidos devem ser enterrados em uma cova de aproximadamente 40 cm, utilizando o cal virgem no fundo da vala;

ü  Jamais ingeri-lo;

ü  Não transportá-los nem jogá-los vivos em áreas de vegetação.

ü  Retire as luvas e lave muito bem as mãos.

 

 

Figura 04: Catação do Caramujo Africano e incineração.

A operação deve ser repetida sempre que novos caracóis forem localizados, sendo o controle periódico fundamental.

 

ü  Ocorrendo o caracol, é necessária a identificação para constatação da espécie (Achatina fulica);

ü  Aprenda a diferenciá-lo da espécie nativa, (ver figuras anteriores) para que estes sejam preservados. No caso da possível presença do caracol africano informe a Secretaria Municipal de Saúde;

ü  Organize coletas periódicas de lixo e entulhos dos quintais e terrenos baldios, durante todo o ano, procurando eliminar a presença de ratos, bem como locais de ocorrência de caracóis (pneus, latas, entulhos, plásticos, tijolos, telhas, madeiras, etc), tentando evitar também baratas, escorpiões, aranhas, moscas e mosquitos;

ü  Por medida de segurança lavar bem as frutas, hortaliças, verduras e legumes e fazer a desinfecção com hipoclorito de sódio (colocar em imersão uma colher de chá de água sanitária para um litro de água, de 15 a 30 minutos), antes de consumir esses alimentos. Após, lave bem os alimentos;

ü  Não jogar os caracóis vivos diretamente no lixo doméstico ou em qualquer outro local;

ü  Não utilizar os caracóis gigantes africanos como alimento ou isca para pescar;

 

 

ATENÇÃO !!!

 

ü  Não usar veneno: de forma alguma devem ser utilizadas iscas específicas para caracóis (ex. moluciscidas) ou outros venenos pelo elevado risco de intoxicação de animais domésticos, crianças e adultos. Esses acidentes são fatais e esperados quando essas iscas são usadas, mesmo com todo controle. Além disso, outras espécies, como as aves podem ser atingidas.

ü  Não utilizar sal de cozinha (cloreto de sódio). O seu uso é desaconselhado, por ser ineficiente além de salinizar o solo.

ü  Não tentar criá-los, pois há legislação proibindo;

 

Em caso de dúvida nesses procedimentos entre em contato com a Vigilância em Saúde do Município para mais esclarecimentos.