11ª Campanha de Vacinação Contra a Gripe (Influenza), ano 2009

1. Objetivos da campanha

A implantação da vacina contra a gripe para a população de 60 anos ou mais no país levou em consideração particularmente a vulnerabilidade dessa faixa etária às complicações e problemas graves que podem advir da influenza. São mais freqüentes: a pneumonia bacteriana secundária, a pneumonia viral primária, a exacerbação de doenças crônicas de base (pneumopatia e cardiopatia crônica, doença renal, hipertensão, diabete e imunodepressão) e o óbito. Dentre os objetivos da vacinação destacam-se: reduzir o risco de influenza ou pneumonia; reduzir o risco de doenças cerebrovasculares; reduzir o risco de hospitalização; reduzir o risco de hospitalização por doenças cardíacas; reduzir a mortalidade por todas as causas.

2. Meta

A meta estadual é vacinar pelo menos 75% dessa população, correspondendo a 475.133 pessoas nessa faixa etária. É esperado também que pelo menos 80% dos municípios (234) alcancem esse indicador.

Para o ano de 2009, a estimativa populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a faixa etária de 60 anos e mais no Estado de Santa Catarina é de 633. 510.

Segundo essa estimativa, em 2009, houve um incremento de 30% no número de pessoas na faixa etária alvo da campanha. Esse incremento representa mais esforços dos serviços de saúde em todos os municípios na perspectiva de alcançar a população a ser vacinada.

3. Benefícios da vacinação contra gripe

Quando uma pessoa se vacina contra a gripe, além da proteção individual, ela está favorecendo a proteção indireta para as pessoas de seu convívio.

Com a diminuição da circulação do vírus, menos pessoas ficam doentes. Dados da literatura revelam a importância da vacinação em decorrência da proteção direta e indireta proporcionada pela vacina. A vacina é 58% efetiva contra a influenza e de 30 a 70% efetiva na prevenção de hospitalizações e pneumonias (Nichol et al.).

Na oportunidade dessa campanha é recomendada a atualização de outras vacinas que fazem parte do calendário preconizado pelo Ministério da Saúde para a faixa etária, como a vacina pneumocócica 23 valente para pessoas idosas que moram em instituições de longa permanência (prevenção de doença pneumocócica invasiva) e a vacina contra a febre amarela para os residentes em municípios considerados endêmicos, área de transição, ou área ampliada de vacinação para a febre amarela e a vacina dupla adulto – dT para proteção contra o tétano. Destaca-se a importância da atualização da situação vacinal contra o tétano dessa população uma vez que nos últimos dois anos, foram registrados 15 casos de tétano na faixa etária acima de 60 anos, dentre estes, 12 foram a óbito.

4. Indicações da vacina contra influenza

A vacina contra influenza requer uma dose anual porque a sua composição muda a cada ano.

A vacina deve ser administrada a todos aqueles na faixa etária de 60 anos ou mais (inclusive os portadores de doenças neurológicas crônico-degenerativas como doença de Parkinson, Alzheimer, sequelados de Acidente Vascular Cerebral, demência, depressão e outras) e para toda a população indígena a partir dos 6 meses de idade.

Além dessa população, a vacina está disponível, a partir dos 6 meses de idade, conforme as indicações do Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais, nas seguintes situações: HIV/AIDS; transplantados de órgãos sólidos e medula óssea; doadores de órgãos sólidos e medula óssea devidamente cadastrados nos programas de doação; imunodeficiências congênitas; imunodepressão devido a câncer ou imunossupressão terapêutica; comunicantes domiciliares de imunodeprimidos; profissionais de saúde; cardiopatias crônicas; pneumopatias crônicas; asplenia anatômica ou funcional e doenças relacionadas; diabetes mellitus; fibrose cística; trissomias; implante de cóclea; doenças neurológicas crônicas incapacitantes; usuários crônicos de ácido acetilsalicílico; nefropatia crônica, síndrome nefrótica e asma.

5. Composição da vacina – temporada 2009

A vacina contra influenza é composta por diferentes cepas Myxovirus influenzae inativados, fragmentados e purificados, cuja composição e concentração de antígenos hemaglutinina (HA) são atualizadas a cada ano, em função de dados epidemiológicos, segundo as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Para 2009 a vacina disponibilizada tem a seguinte composição:

· A/Brisbane/59/2007 (H1N1)-like virus*;

· A/Brisbane/10/2007 (H3N2)-like vírus**;

· B/Florida/4/2006-like vírus***.

Like vírus: * A/South Dakota/6/2007; ** A/Uruguay/716/2007; ***

B/Brisbane/3/2007

6. Dose e administração

A vacina contra influenza deve ser administrada na população alvo da campanha (60 anos e mais) na dosagem de 0,5 ml, por via intramuscular ou subcutânea. No estado de Santa Catarina dá-se preferência pela via intramuscular, no vasto lateral da coxa ou na região ventroglútea (também conhecida como hochstetter).

7. Administração simultânea com outras vacinas e medicamentos

As vacinas oferecidas durante a campanha poderão ser administradas na mesma ocasião, dando preferência a diferentes locais de aplicação. Os tratamentos com imunossupressores ou radioterapia podem reduzir ou anular a resposta imunológica. Este fenômeno não se aplica a corticosteróides utilizados na terapêutica de reposição, nos tratamentos sistêmicos de curto prazo (menos de duas semanas) ou por outras vias de administração que não causem imunossupressão. A vacina contra a influenza está indicada em qualquer dessas situações.

8. Contra-indicação

A vacina contra a influenza não deve ser administrada em:

a) Pessoas com história de reação anafilática, relacionada ao ovo de galinha e seus derivados, assim como, a qualquer componente da vacina;

b) Pessoas com história de alergia severa à proteína do ovo de galinha, assim como a qualquer componente da vacina;

c) Pessoas que apresentaram reações anafiláticas em doses anteriores também contra-indicam doses subseqüentes.

A vacina contra a influenza NÃO é contra-indicada para imunodeprimidos, que devem, inclusive, proteger-se através da vacinação.

9. Precaução

O Ministério da Saúde recomenda precaução no uso da vacina contra influenza para indivíduos com história pregressa de Síndrome de Guillain-Barré (SGB). Sendo que esta é bastante rara. Para àqueles indivíduos que se incluírem nessa situação deve ser discutido o risco versus benefícios da vacina com o médico assistente.

Em doenças agudas febris moderadas ou graves recomenda-se adiar a vacinação até a resolução do quadro com o intuito de não se atribuir à vacina as manifestações decorrentes da doença.

10. Eventos adversos

A vacina contra a influenza é segura. Constituída por vírus inativados, não causa a doença, mas, como nas demais vacinas, alguns eventos adversos podem surgir, como febre baixa e reações locais (dor, endurecimento e vermelhidão). Raramente, podem ocorrer coriza, vômitos e dores musculares.

10.1 – Manifestações locais como dor no local da injeção, eritema e enduração ocorrem em 10% a 64% dos pacientes, sendo benignas, autolimitadas e geralmente resolvidas em 48 horas. Os abscessos geralmente encontram-se associados com infecção secundária ou erros de técnica de aplicação.

10.2 – Reações de hipersensibilidade: as reações anafiláticas são raras e podem ser devidas à hipersensibilidade a qualquer componente da vacina. Reações anafiláticas graves a doses anteriores também contra-indicam doses subseqüentes.

Observação: história de alergia severa à proteína do ovo de galinha, assim como a qualquer componente da vacina, pode constituir indicação de aplicação da vacina nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE), hospitais ou serviços de emergência com recursos materiais e humanos para lidar com reações de hipersensibilidade, considerando situações de risco elevado de Influenza.

10.3 – Manifestações neurológicas: raramente algumas vacinas de vírus vivos atenuados ou mortos podem anteceder a Síndrome de Guillain Barre (SGB), que se manifesta clinicamente como polirradiculoneurite inflamatória com lesão de desmielinização, parestesias e déficit motor ascendente de intensidade variável.

Geralmente, os sintomas aparecem entre 7 a 21 dias, no máximo até 6 semanas após a exposição ao possível agente desencadeante. É desconhecido até o momento se a vacina da influenza pode aumentar o risco de recorrência da SGB em indivíduos com história pregressa desta patologia. (Ministério da Saúde, 2008).

12. Outras orientações e esclarecimento à clientela:

· A Campanha terá inicio oficial no dia 25 de abril (sábado) e término no dia 8 de maio.

· No dia 25 de abril (sábado), os postos de vacinação funcionarão das 8h às 17h (não fecha no horário de almoço). Nos demais dias do período da campanha o atendimento na sala de vacina deverá ser pelo menos em dois períodos (matutino e vespertino).

· Informe-se com antecedência junto à secretaria municipal de saúde sobre o local de atendimento mais próximo da sua casa.

· No caso de pessoas acamadas ou com dificuldade de deslocamento, solicite à secretaria municipal de saúde a sua inclusão no roteiro das equipes volantes para vacinação em casa.

· A gripe é uma doença infecciosa aguda causada por um vírus, altamente contagiosa, que acomete o aparelho respiratório.

· Os sintomas como febre, dores no corpo, dor de garganta, dor de cabeça, etc. compõem um quadro chamado de Síndrome Gripal, mas não quer dizer que sejam causados pelo vírus influenza.

· Por causa da semelhança dos sintomas, a gripe pode ser facilmente confundida com um resfriado comum. A gripe, entretanto, pode apresentar sintomas mais fortes, podendo ocasionar complicações e até morte.

· Dentre as várias infecções que determinam um quadro de Síndrome Gripal, a infecção pelo vírus da influenza (gripe) é a única que pode ser prevenida eficazmente pela vacinação.

· A vacina não provoca a gripe porque é composta por vírus inativados (mortos), ou seja, incapazes de se replicar no organismo da pessoa vacinada.

· A vacina diminui as complicações causadas pela gripe, tais com: internações, pneumonia e morte.

· A vacina raramente provoca reações: algumas pessoas podem apresentar sintomas leves, que desaparecem em um ou dois dias.

· Um dos maiores desafios em relação à saúde da população com mais de 60 anos é a prevenção de enfermidades que interferem no desenvolvimento de suas atividades diárias, sendo a gripe uma das principais doenças por isso:

“Carregue um escudo invisível contra a gripe. Vacine-se.”

De 25 de abril a 8 de maio.