Itapoá adere à campanha de combate às hepatites virais
A Prefeitura de Itapoá aderiu à campanha nacional de combate às hepatites virais. Denominada Julho Laranja, o objetivo da campanha liderada pela Secretaria Municipal da Saúde é conscientizar as pessoas sobre os perigos da doença que hoje é responsável por até 78% dos cânceres de fígado em todo o mundo. O slogan da campanha é Faça o Teste e Fique Livre de Qualquer Hepatite e não tem prazo para terminar. Vale lembrar que no dia 28 de julho é celebrado o Dia Mundial de Luta Contra Hepatites Virais.
Para a pessoa saber se tem hepatite, basta procurar uma das seis unidades de saúde do SUS no município de Itapoá, aonde receberá as orientações e será feito o agendamento para o teste gratuito. Mas fique atento: o teste é realizado apenas para identificar os vírus B e C da doença, os quais são transmitidos na relação sexual, no compartilhamento de objetos contaminados (como escova de dentes, alicates de unha, pistolas para colocação de piercing e confecção de tatuagens) e até pela gestante ao feto. O vírus B pode ser prevenido com vacina disponível nas unidades de saúde do município para adultos de até 49 anos e pessoas com maior risco de exposição à doença, como manicures, podólogos, tatuadores e caminhoneiros. Os postos de saúde não farão testes para os vírus A, D e E.
Plano nacional quer eliminar a Hepatite C Um plano pactuado entre o Ministério da Saúde, estados e municípios, pretende eliminar a hepatite C no Brasil até 2030. A ideia é simplificar o diagnóstico, ampliar a testagem e fortalecer o atendimento às hepatites virais. Atualmente, a hepatite C tem o maior número de notificações dentre todas as hepatites. Em 2017, a taxa de incidência foi de 11,9 casos por cada 100 mil habitantes. São mais de um milhão de pessoas que tiveram contato com o vírus do tipo C, o que representa 0,71% da população brasileira. Lançado no dia 4 de julho, o plano irá definir as populações prioritárias para tratamento, além de avaliar a incorporação de novas tecnologias. A diretora do Departamento de IST, HIV/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Adele Benzaken, explicou que o maior desafio do plano é realizar a busca das pessoas que, ainda que diagnosticadas não estão em tratamento e daquelas que ainda não foram diagnosticadas. — A hepatite C é uma doença silenciosa. Muitas pessoas estão com o vírus da hepatite C e não apresentam nenhum sintoma, então diagnosticar e tratar essas pessoas da forma mais rápida possível é essencial para a qualidade de vida dessas pessoas e também para a saúde pública — enfatizou a diretora. O tratamento, atualmente disponível no SUS, possibilita em mais de 90% de chance de cura e é oferecido a todos os pacientes com hepatite, independente do grau de lesão do fígado. Desde 2015, 76,5 mil pacientes foram tratados. Para atender as metas do novo plano, o Ministério da Saúde está em processo de aquisição de 50 mil novos tratamentos. O plano de eliminação está alinhado com as metas da Organização Mundial de Saúde (OMS), a meta é tratar 19 mil pessoas este ano, e a partir de 2019, 50 mil pacientes por ano até 2024. A partir de 2025, esse número passa a ser de 32 mil novos tratamentos ao ano. Assim, espera-se reduzir em 65% a mortalidade por hepatite C até 2030.
Números preocupantes O Brasil registrou 40,1 mil casos novos de hepatites virais em 2017. A hepatite A é comumente transmitida por água e alimentos contaminados. O Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde informa que os casos da doença mais que dobraram em homens de 20 a 39 anos. A vacina para hepatite A está disponível no SUS, sendo oferecida no Calendário Nacional de Vacinação para crianças a partir de 15 meses a 5 anos de idade incompletos. Em relação à hepatite B, os últimos 10 anos apresentaram pouca variação. Foram 14,7 mil casos em 2016 e 13,4 mil em 2017. A transmissão se dá por sangue contaminado, sexo desprotegido, compartilhamento de objetos perfuro-cortantes e por transmissão vertical. A vacina para hepatite B está disponível no SUS para todas as pessoas. Na criança, é dada em quatro doses, sendo a primeira ao nascer. Nos adultos, que não se vacinaram na infância, são três doses. A hepatite C acomete, principalmente, os adultos acima de 40 anos. Foram notificados, desde o final da década de 90, 331,8 mil pessoas com a doença. Foram 24,4 mil casos registrados em 2017. O tratamento com os antivirais de ação direta, disponível no SUS desde 2015, apresentam taxas de curas superiores a 90%. A doença é transmitida por sangue contaminado, sexo desprotegido, compartilhamento de objetos perfuro-cortantes.