31 de Janeiro – Dia Mundial de Luta contra a Hanseníase

A Hanseníase é uma doença infecto contagiosa, causada pelo Bacilo de Hansen, ou Mycobacterium Leprae e não é prevenível por vacinas. Tem grande potencial para provocar incapacidades físicas e deformidades. É curável, quanto mais precocemente diagnosticada e tratada corretamente.

O Brasil até 2008, detinha o 2° lugar no mundo em número de casos de hanseníase com quase 50.000 casos diagnosticados por ano. Em Santa Catarina, apesar de apresentar uma das menores taxas de detecção do Brasil (2,5/100.00 hab. até 31/12 de 2009), a doença continua sendo um grave problema de saúde pública, pois a percentagem de casos com algum grau de incapacidade física instalada, é considerada alta. Nos últimos nove anos foi encontrada uma média percentual de 38,0% de casos com incapacidade no diagnóstico, o que nos sugere que esse universo foi descoberto tardiamente.

De 2001 a 2009, a proporção de cura dos casos novos de hanseníase diagnosticados nos anos das coortes apresentou média de 90,2%, considerado bom dentro dos parâmetros. No mesmo período, o percentual médio de avaliação de incapacidade física no diagnóstico foi 95,8% e o percentual de grau dois, importante indicador, apresentou classificação de “média” para “alta” com média de 10,0%. O percentual de avaliação de incapacidades físicas na cura, com média de 70,3% foi considerado “precário”. A proporção média de contatos examinados foi 63,7%, mantendo-se “regular”. Os resultados desses indicadores são fortemente influenciados pela atualização, no Sinan, dos dados de acompanhamento do paciente, sendo esta uma das prioridades do PECH/SC.

No período de 1990 a 2008, as taxas de detecção de hanseníase em Santa Catarina apresentam tendência decrescente, mantendo-se inferiores àquelas do Brasil e da Região Sul. 

O Percentual médio de municípios SILENCIOSOS (cinco anos sem notificar casos) conforme se observa na figura 2, foi de 43% nos últimos cinco anos no Estado de Santa Catarina.

A redução de casos em menores de 15 anos é prioridade do Programa Nacional de Controle da Hanseníase (PNCH), tendo em vista que a detecção de casos em crianças tem relação com doença recente e focos de transmissão ativos no âmbito familiar e social próximo. Em 2009, foram notificados dois casos novos de hanseníase nessa faixa etária, apresentando uma taxa de detecção de 0,14%.

Até 31/12/2009, o Programa Estadual possuía 247 pacientes em tratamento (registro ativo), dos quais 156 casos novos foram diagnosticados no ano de 2009. O abandono do tratamento no mesmo período ficou em zero %.

A poliquimioterapia (PQT) e o tratamento supervisionado, implantados no Estado em 1990, continuam sendo fatores decisivos para a cura. As Reações Hansênicas, responsáveis pela instalação das incapacidades que geram a discriminação, preconceito e exclusão social, durante o tratamento e após alta por cura, continuam sendo fator de grande dificuldade, em função do manejo incorreto das mesmas.

Persistem também outros fatores limitadores tais como: o acesso restrito as reabilitações, às cirurgias reparadoras, prevenção de incapacidades e a falta de serviço de referência na rede pública, que assuma a responsabilidade dessas práticas.

A dificuldade de monitoramento das Reações Hansênicas, se deve ao fato de não ser este, um evento de notificação.  Em 2009 o Programa Estadual de Controle da Hanseníase, já no processo de implantação do monitoramento desta intercorrência, identificou no Estado 299 pacientes em tratamento de reações hansênicas.